Dia Internacional da Preservação Digital #IDPD17

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Dia Internacional da Preservação Digital

Em comemoração ao 1º Dia Internacional da Preservação Digital, preparamos este post que traz um overview do I Seminário BBM de Bibliotecas Digitais: Preservação Digital e Acesso.

Contribuíram para este Post:
Laís Reis

Pesquisadores, professores e profissionais especializados nas mais diversas áreas que envolvem Humanidades, Ciências Sociais Aplicadas e Tecnologia da Informação reuniram-se em São Paulo, no auditório István Jancsó para o I Seminário BBM de Bibliotecas Digitais: Preservação Digital e Acesso, organizado pela Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin, nos dias 13 e 14 de Novembro de 2017. Durante os dois dias, refletiu-se sobre a importância da preservação digital e seus objetivos para a resolução de problemas como a obsolescência das tecnologias, a ilegibilidade dos formatos, a deterioração das mídias e arquivos eletrônicos, entre outros fatores, tendo sempre o foco o cuidado com a qualidade, autenticidade e confiabilidade dos arquivos digitais. Nesse contexto, foram abordadas as estratégias que atualmente podem ser utilizadas e que podem garantir o acesso continuado, e em longo prazo, ao patrimônio documental e bibliográfico, sobretudo o histórico-cultural e técnico-científico.

No decorrer das palestras, foram levantadas algumas considerações:

I. Da importância

  • Acompanhando a mudança de paradigma, contemporaneamente a nossa existência, dos modelos de produção e de acesso ao conhecimento, devido, sobretudo, à democratização dos recursos digitais, é urgente a reflexão sobre o modo adequado de se lidar com o patrimônio cultural, científico e técnico, produzido em um continnum da história, de forma a garantir e a facilitar seu acesso entre os usuários tanto no presente, quanto no futuro, prezando assim pela preservação de sua memória.

II. Dos objetivos

  • Prezar pela utilização da tecnologia como uma ferramenta positiva, beneficiando-se de seus avanços para solucionar os desafios que se impõem não só em relação ao acesso do conhecimento, mas também à acessibilidade de diferentes perfis de usuários, permitindo, dessa forma, que se amplie seu uso, disseminação e o impacto na sociedade por meio do conhecimento produzido, para além do contexto acadêmico.
  • Compreender o conjunto de fatores sociais, culturais, políticos, tecnológicos, econômicos e legais que envolvem a produção de conhecimento para melhor estabelecer estratégias para sua preservação e acesso, levando em consideração suas características significativas na criação e sistematização de procedimentos que desenvolvam práticas comuns e simplificadas nesse campo de conhecimento.
  • Ampliar o diálogo entre diferentes áreas de conhecimento, nomeadamente as humanidades e ciências, para desenvolver pesquisas direcionadas para a solução dos problemas que envolvam a preservação e o acesso no campo digital.

III. Dos desafios

  • Refletir sobre o modo de lidar com o alto volume e a rapidez das informações produzidas atualmente, sendo urgente a criação de orientações gerais que dêem conta dos métodos curatoriais para a organização, descarte, armazenamento, preservação e acesso dos conteúdos gerados digitalmente, ou digitalizados posteriormente.
  • Compreender que apenas o armazenamento dos conteúdos digitalmente não garante a preservação da memória, e nem mesmo a transmissão do conhecimento, cabendo aos profissionais envolvidos nesses processos promoverem e incentivarem boas práticas para a disseminação e utilização dos conteúdos em diálogo com a sociedade.
  • Repensar a aplicação e a utilização das leis de direitos autorais dentro de contextos de circulação de conhecimento, como as universidades públicas e bibliotecas digitais, por exemplo, especialmente quando se sobrepõem questões de interesse geral para a comunidade. “Preservar implica copiar”. Lei nº 12.527, de 18 de Novembro de 2011, que assegura o direito fundamental ao acesso à informação.
  • Incentivar a responsabilidade dos produtores de conhecimento, como as universidades, por exemplo, no estabelecimento de planos de preservação e de desenvolvimento de recursos de informação multimídia, bem como a ampliação de estratégias criativas para a utilização dos recursos tecnológicos existentes.

IV. Das possíveis soluções

  • Dedicar-se a soluções digitais que permitam tornar os recursos de informações recuperáveis, de maneira que a obsolescência da tecnologia seja amenizada.
  • Incentivar a produção de arquivos abertos, editáveis, interativos, reprogramáveis e distribuídos livremente, a fim de garantir a preservação e a manipulação de seus conteúdos.  
  • Investir na existência de repositórios confiáveis e distribuídos, que garantam a permanência dos conteúdos armazenados, para além das políticas envolvidas em sua administração, bem como investir na descentralização dos conteúdos em uma única plataforma.
  • Capacitar, investir e incentivar profissionais envolvidos no desenvolvimento de softwares livres para pôr fim à dependência, monopólio e manipulação das grandes empresas que detêm o poder sobre o conhecimento humano produzido.
  • Criar diretrizes de bases comuns para as políticas institucionais, por meio de equipes que possam dar conta tanto de questões que envolvem os campos operacionais e legais, quanto técnicos. Para isso, torna-se fundamental o desenvolvimento de Políticas Públicas de Preservação Digital.  
  • Investir numa linguagem comum em relação aos metadados, que facilite a busca realizada pelos usuários, independentemente da plataforma de acesso, levando em consideração nome, local de produção, localização da mídia de armazenamento, tipo de documento e conteúdo, a fim de garantir sua autenticidade, identidade e integridade.

Todas as palestras do I Seminário BBM de Bibliotecas Digitais: Preservação Digital e Acesso, foram transmitidas ao vivo nos dias do evento agora poderão ser acessadas na íntegra, gratuitamente, por meio dos links abaixo:

 

Rodrigo M. Garcia
Bibliotecário, Resp. Téc. CRB8: 7584

Abertura

 

Profº Fernando César Lima Leite ppt_2
Mestre e Doutor em Ciência da Informação, Fernando César Lima Leite é professor da Faculdade de Ciência da Informação e diretor da Biblioteca Central da Universidade de Brasília. Atua nos tópicos informação em ciência e tecnologia, gestão da informação e do conhecimento científico, planejamento e implementação de serviços de informação em C&T em ambiente digital, comunicação científica, divulgação científica, acesso aberto e repositórios institucionais, periódicos científicos eletrônicos.

Bibliotecas digitais: gestão e comunicação da informação no contexto de universidades

 

Rafael Port da Rocha ppt_2
Professor do Departamento de Ciência da Informação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Ele é fundador e, atualmente, coordena o Centro de Documentação e Acervo Digital da Pesquisa (CEDAP), órgão auxiliar da FABICO/UFRGS que tem como objetivos dar suporte à pesquisa, promover a curadoria de ativos digitais através da digitalização e impulsionar avanços nos métodos de digitalização e curadoria, por meio de uma abordagem interdisciplinar das áreas da Ciência da Informação, Comunicação e Informática.

Um sistema baseado na construção coletiva de conhecimento para apoiar as atividades de digitalização e preservação digital do CEDAP/UFRGS

 

1º dia: Debate Manhã – Seminário BBM de Bibliotecas Digitais: Preservação Digital e Acesso

 

Angela Maria Monteiro Bettencourt ppt_2
Graduada em Biblioteconomia e Documentação pela UNIRIO, especialista em Indexação da Informação pela Universidade Santa Úrsula e mestre em Ciência da Informação pelo IBICT/UFRJ. Coordena a Biblioteca Nacional Digital (BNDigital), desde a sua criação em 2006, atuou na criação e gestão dos portais da Rede da Memória Brasileira, Brasiliana Fotográfica, Biblioteca Digital Luso-Brasileira e Brasiliana Iconográfica. É Membro do Comitê Permanente da IFLA, Seção de Bibliotecas Nacionais e membro do Conselho Consultivo da Biblioteca Digital Mundial.

Evolução dos modelos de acesso e preservação na BNDigital

 

Profº Luis Fernando Sayão ppt_2
Atua nas áreas de bibliotecas digitais, publicações eletrônicas, interoperabilidade, bases de dados, curadoria de dados de pesquisa e preservação digital. É conselheiro do CONARQ – Conselho Nacional de Arquivos – e membro do Câmara Técnica de Documentos Eletrônicos do CONARQ. É, também, docente do Programa de Pós-Graduação em Biblioteconomia da UNIRIO – Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – e do Programa de Pós-Graduação em Memória e Acervos da Fundação Casa de Rui Barbosa. Foi membro do Comitê Técnico-Científico do IBICT e da Comissão de Ensino da CNEN.

Acervos digitais: curadoria, reuso e preservação

 

1º dia: Debate Tarde – Seminário BBM de Bibliotecas Digitais: Preservação Digital e Acesso

 

José Carlos Abbud Grácio ppt_2
autor do livro “Preservação digital na gestão da informação: um modelo processual para as instituições de ensino superior”. Tem experiência na a área de Ciência da Informação, com ênfase em Preservação Digital e Metadados; é Bacharelado em Ciência da Computação pela Unicamp, Mestre em Ciênica da Informação pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho-UNESP/Marília (2002) e doutor em Ciência da Informação Também pela UNESP/Marília (2011); foi Diretor de Informática da UNESP/Marília, no período de 1995 a 2009 e membro do Comitê Superior de Tecnologia da Informação da UNESP no período de 2009 a 2016.

Preservação digital: aspectos e um modelo de gestão para as instituições

 

Miguel Ángel Márdero Arellano ppt_2
Mestre e Doutor em Ciência da Informação pela UNB, Miguel Ángel Márdero Arellano especializou-se em preservação digital e suas tecnologias, tais como sistemas de gestão de informação, publicações científicas eletrônicas, repositórios digitais e sistemas de preservação distribuídos. Há vinte anos, Arellano faz parte do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT) e, hoje, é Tecnologista Sênior e coordenador da Rede Brasileira de Preservação Digital Serviços CARINIANA, uma alternativa para organizações que desejam colecionar, armazenar, preservar e oferecer acesso a seus acervos mais importantes em cópias digitais autorizadas no Brasil.

A preservação distribuída de coleções de obras raras digitalizadas

 

2º Dia: Debate Manhã – Seminário BBM de Bibliotecas Digitais: Preservação Digital e Acesso

 

Profº Carlos Henrique Marcondes de Almeida 1ppt_2 2ppt_2
Tem experiência na área de Ciência da Informação, com ênfase em Organização e representação do Conhecimento em ambientes digitais, atuando principalmente nos seguintes temas: fundamentos teóricos da CI e OC, publicações semânticas, ontologias, tecnologias semânticas e de dados abertos interligados, bibliotecas e museus digitais e interoperabilidade. Atualmente é Professor Titular do Departamento de Ciência da Informação e do PPGCI da Universidade Federal Fluminense; é, também, pesquisador 1D do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico e Investigador Colaborador da Universidade Complutense de Madrid. É instrutor certificado do Comité para Documentação Museológica do ICOM e consultor da Rede Web de Museus do Estado do Rio de Janeiro.

Interligando acervos digitais de arquivos, bibliotecas e museus através das tecnologias de dados abertos interligados

 

Em breve disponibilizaremos as LIGHTNING TALKS!

Rodrigo M. Garcia

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